Marcus Vinicius Damon
30 de junho de 2020
Arquiteto negro escravizado é homenageado pelo Google
Reparou na página inicial do Google? Hoje, 30/06, o Doodle do dia fez uma justa homenageia ao arquiteto Tebas. Joaquim Pinto de Oliveira, nome de nascimento de Tebas, foi um dos mais importantes arquitetos de São Paulo. Homem negro escravizado, foi um dos responsáveis pelos traços da arquitetura paulistana no século XVIII.
Os historiadores acreditam que durante este mês, em 1778, Tebas se libertou da escravidão. Escravizado até os 58, Tebas dominou a arte de entalhar pedra e foi um dos maiores nomes da construção colonial, no século XVIII.
O arquiteto trabalhou nos três vértices do triângulo histórico paulistano. A área é formada pelos Convento de São Bento, Convento do Carmo e Convento de São Francisco. Apesar da grande importância, sua história é pouco conhecida.
Felizmente, em 2019, foi lançado o livro sobre o arquiteto. “Tebas: um negro arquiteto na São Paulo escravocrata (abordagens)”, organizado pelo escritor e jornalista Abilio Ferreira, é a primeira publicação de não ficção dedicada ao construtor, reunindo artigos de cinco especialistas. Tebas foi o responsável pela construção do Chafariz da Misericórdia (1792), sua obra mais conhecida. Também é reconhecido pelos ornamentos de pedra da fachada das principais igrejas paulistanas da época. Destaque para a Ordem Terceira do Carmo (1775-1776); o Mosteiro de São Bento (1766 e 1798); a velha Catedral da Sé (1778); e a Ordem Terceira do Seráfico São Francisco (1783). Na cidade de Itu, o enorme Cruzeiro Franciscano da cidade de Itu (1795).
Capa do livro “Tebas: um negro arquiteto na São Paulo escravocrata (abordagens)”
A publicação é do Instituto para o Desenho Avançado (IDEA), em parceria de fomento do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (CAU/SP).
Clique aqui para acessar o PDF do livro disponibilizado gratuitamente pelo CAU/SP.